O presidente do Partido Verde em Sergipe, o professor Anderson Góes, que não esconde o desejo de disputar as eleições para o governo do Estado, em 2010, reagiu hoje, quarta-feira, dia 9, às declarações da deputada estadual Ana Lúcia (PT), que disse, na semana passada, que o PV faz alianças com a direita. Anderson entende que a deputada deveria responder ao deputado Venâncio Fonseca (PP), que lhe sugeriu mudar de partido, e não fazer inferências a opção política da senadora Marina Silva (PV).
"Eu quero lembrar a nobre deputada, por quem tenho respeito e admiração, que ela precisa, primeiro, conhecer o seu partido, pois, ela parece não saber que faz alianças com a direita. Pois bem, o PT de Ana Lúcia aqui em Sergipe, em 2008, fez alianças em 26 municípios com o PPS, esse mesmo PPS que dá base para a oposição no congresso e está na linha de frente da campanha do PSDB à Presidência", disse.
Anderson Góes salientou ainda que o PT fez alianças também com o PSC em 21 municípios, com o PR em outros 18 e com o PTB em 15. "Vou agora dar motivos para a deputada Ana Lúcia defender a bandeira da direita em Sergipe: o seu PT fez alianças com o PSDB de José Serra e Albano Franco em 22 municípios, com o PP de Paulo Maluf e Venâncio Fonseca em outras oito cidades e na cidade de Maruim o PT das esquerdas se aliou ao DEM de João Alves Filho", citou.
O professor foi mais irônico ao dizer que "nisso tudo eu reconheço que o PV faz alianças com a direita, pois em 19 cidades sergipanas o Partido Verde se alinhou com PT. Como a deputada disse que, se um dia sair do PT, irá apenas para um partido que não se alie a direita, ela terá que fundar um novo partido ultra radical, pois, em 2000, o PSTU se coligou com o PT em Aracaju, e, em 2008, o PSOL se coligou com PV em Porto Alegre. Só há um caminho para a deputada Ana Lúcia nas próximas eleições, não participar do pleito por um partido que faz alianças com a direita, sair do PT".
Sobre as declarações do deputado estadual Venâncio Fonseca, que assegura que o governo Marcelo Déda prejudica a deputada Ana Lúcia, e que, por isso, ela deveria sair o partido, Anderson Góes disse que o governador não tem demonstrado compromisso com nenhum setor progressista que queira o avanço de Sergipe.
"Marcelo Déda tem antes aderido ao formato politiqueiro de quem quer se perpetuar no poder com alianças que contrariam a sua história de lutas, Déda traiu os trabalhadores e trabalhadoras de Sergipe", disse, observando que a decisão de sair ou não do PT, entretanto, cabe a Ana Lúcia.
"Não quero opinar sobre isso, no entanto, espero que a deputada tenha respeito por outras legendas e lembre que o seu PT é o mesmo que defende Sarney e elogia Collor, que faz alianças com todos os partido brasileiros. Mas se a deputada se sentir à vontade para deixar o PT e seguir os caminhos de Marina Silva o PV a receberá bem, pois ela é um grande quadro político para qualquer agremiação. Eu passaria de admirador a companheiro partidário", disse.
Para Anderson Góes, o Sintese é o sindicato mais forte do estado, mas passa por um grande dilema, pois lutou para eleger um governo que trouxesse mudanças estruturais ao estado, mas se depara com uma administração estática e que se voltou contra a classe operária.
"Os dirigentes tem tentado, dentro do possível, correr em busca de melhorias para a classe do magistério. O Joel (Almeida) é um batalhador e os professores são fortes e aguerridos", entende.
Indagado sobre a política educacional do governo Marcelo Déda, o presidente do PV a define numa palavra: catástrofe. "Déda não tem planos para a educação, basta ver o caos que foi o início deste ano letivo, várias foram as escolas que não iniciaram as suas aulas por falta total de estrutura das unidades de ensino", disse.