Denisson e Marcelo : é preciso alterar rota!
Certamente a eleição de Denisson representou para os professores de Simão Dias um diferencial, mais que isso, uma grande esperança de que um novo modelo de administração se instalará na alvissareira Simão Dias. Os sinais disso ainda não são visíveis. No entanto, as esperanças murcharam, e o que se sobressaem nesse momento, é a decepção e a consciência de que a luta continuará, e que agora a disputa de projetos é contra dois antigos militantes da educação.
O Prefeito Denisson Deda e o Secretário de Educação Marcelo Domingos poderiam ser chamados de pioneiros. Não me lembro na história de Sergipe um município em que dois ex-militantes da luta dos trabalhadores em educação tenham tido uma oportunidade dessa monta. Em cargos estratégicos, eles demonstram uma apatia, um enorme apego ao passado, uma ausência de prioridade com a educação, e só levantam a voz e enchem os textos de palavras para atacar os professores e suas lideranças.
Não há como negar que este ano muitas prefeituras tiveram uma arrecadação menor que a do ano passado, mas que esta queda de receita vem sendo compensada com recursos do Governo Federal. É neste momento que deveria aparecer o novo: o diálogo incessante com o movimento sindical, a transparência absoluta, e o rompimento com as velhas práticas arbitrárias, de tomadas de decisões sem discussão com os interessados.
O Prefeito se reuniu com o Sintese, convenceu-se que teria que cumprir a lei do piso, definiu um percentual de comprometimento da receita de fundeb, fechou um acordo, e dias após, não se sabe se já impregnado das velhas práticas, desdisse tudo, como se ainda fosse um assessor , que precisava do aprove do grande chefe.
O principal argumento do prefeito é que o município de Simão Dias extrapolou o limite de gasto com folha de pagamento dos servidores. Mas de quais servidores o prefeito fala? Quanto eles recebem? Onde eles estão lotados? O que fazem? Por que os trabalhadores não têm acesso a essas folhas, já que elas sintetizam a causa de sua pena de morte?
O Prefeito sem discussão com os professores, resolveu também dizer que já estava pagando piso salarial, complementando a remuneração de professores de nível médio com abono salarial, semelhante ao que havia feito em Janeiro desse ano o Governador Deda. Ocorre que o próprio governador foi convencido pelos professores de que estava em ilegalidade, e acabou negociando uma proposta de piso, conforme a lei.
Ainda não tive a oportunidade, esse ano, de pessoalmente estar com Denisson e Marcelo, não creio que são conservadores, mas estão atolados em uma estrutura conservadora, que sonega informações, esconde dívidas e prejudica os trabalhadores.
O Sintese tem apresentado ao prefeito e ao secretário de educação diversas alternativas para superação de problemas encontrados na rede municipal de Simão Dias. Alternativas estas, elogiadas pelo Secretário Marcelo Domingos, que cansado de elogiar as propostas e sem praticá-las, pois não há operacionalidade lá, resolveu escrever textos, longos, bem escritos, mas que parecem uma catarse da apatia, mesclados de teses e tons filosóficos e psicológicos de como culpabilizar as lideranças sindicais pelo fracasso, até então, da gestão.
Aos meus ex-companheiros de luta sindical, desejo-lhes que alterem imediatamente a forma de administrar o município, e se despreendam do velho. As elites são implacáveis com eles próprios, imaginem com os que não são. Exemplo vivo estamos a acompanhar o do Presidente deposto de Honduras. Ele pertence a mesma elite dos que lhe depuseram, que detonaram a democracia porque Zelaia resolveu governar para os pobres, e assim foi considerado um traidor. Mas Zelaia ao menos tem os pobres para defendê-lo.
Aos meus companheiros professores e professoras de Simão Dias continuem firmes na luta, vocês estão corretos, sempre lutaram e vão continuar lutando pelo desenvolvimento da educação e da cidade que vocês residem e trabalham, e sempre vencerão, apesar dos obstáculos, os que lutam pelo bom, pelo justo, pelo melhor do mundo.
Joel Almeida